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  • Foto do escritorChris Vilhena

Tempo, tempo, tempo...

Nunca vou me esquecer do chacoalhão que levei quando ouvi meu querido amigo Leandro Marques me perguntar quantos anos eu tinha... Não exatamente pela indiscrição J, mas pela palavrinha que adicionou à frase quando repetiu a pergunta pela segunda vez: quantos anos você ainda tem?

O chacoalhão advém justamente desse advérbio de tempo. Ainda não apenas nos remete à inexorável questão da finitude como também à nossa responsabilidade diante dela. Afinal, que uso temos feito do nosso tempo?

Temos vivido nossas vidas com propósito? Vemos sentido em fazer o que fazemos em nossos dias ou vamos apenas empurrando a vida um pouquinho mais adiante como se soubéssemos quantos anos temos? Procuramos nos cercar daquilo que pode, de verdade, contribuir para que tenhamos uma boa experiência nessa jornada ou nossa responsabilidade com a qualidade de nossas escolhas não anda, exatamente, em alta?

A previsão que temos sobre o tempo, já sabemos, é que ele está passando.

Se isso, por um lado pode nos angustiar, principalmente quando sabemos que não estamos fazendo um bom uso dele, por outro é motivo de gratidão. Afinal, á graças a sua passagem que temos a oportunidade de apreciar o desenvolvimento das sementes que vamos semeando pelo caminho e, com sorte, colher seus frutos.

Devemos ter calma. Nossa consciência acerca da passagem do tempo não pode permitir que o apressemos.

Trago para nossa reflexão o bambu chinês que após sua semeadura leva de quatro a cinco anos para dar a graça de seus primeiros sinais. De seus rizomas subterrâneos virão seus colmos, galhos e folhas. Mas isso após 1825 dias, aproximadamente.

E não é assim com muitos de nossos projetos?

9 meses de gestação;

12 anos para iniciarmos uma graduação ou formação técnica;

2 anos para um mestrado, 4 para um doutorado;

De 3 a 5 anos para um negócio se estabelecer;

Anos para o aprendizado e desenvolvimento espiritual;

Outros tantos para construção de uma relação sólida;

6, 8 anos para o aprendizado de um idioma;

Atividade física e boa alimentação diárias para a manutenção da saúde de nosso corpo...

E por aí vai quando pensamos em projetos e não em simples ações pontuais.

O bambu vai levar todo aquele tempo para dar seus primeiros sinais na superfície, mas isso não acontecerá se não for devidamente cuidado. Ele exige manutenção. Cuidado, disciplina e perseverança são muito importantes para assegurá-la, mas o sentido de sua semeadura é fundamental e aí reside a importância das nossas escolhas.

Quantos anos você ainda tem?

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